Estamos tratando dos gestos, das palavras que costumamos usar dentro da Santa Missa, conhecendo um pouco mais e refletindo sobre os seus significados.
Depois que o padre levanta a hóstia consagrada e repete a frase dita por João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” (Jo 1,29), sempre repetimos: “Senhor eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.” Essa frase por vezes se tornou rotineira e banal, mas é de muita importância. É uma frase bíblica retirada de (Lc 7,6-7), quando um centurião romano veio ao encontro de Jesus pedindo que salvasse o seu servo, que se encontrava morrendo e quando Jesus pediu que o levasse até a sua casa, o centurião disse a frase que sempre repetimos, por se achar indigno de receber o Senhor. Jesus, ouvindo isso, admirou-se dele e, voltando-se para a multidão, que o seguia, disse: Eu vos afirmo que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé.
O centurião disse em relação à sua casa, mas nós dizemos em relação à nossa alma, pois é lá que Jesus vai habitar. Mesmo antes de recebermos o Senhor em nós, nas nossas vidas, é repetida milhares de vezes todos os dias, nas mais diversas línguas, por esse mundo afora. Esta frase nos introduz no Mistério maior de um Deus, que se faz alimento para aqueles que ama, e nos irmana num só povo, que reconhecendo-se indigno, aceita a dignidade que lhe é oferecida pelo seu Senhor.
Esta frase que se confirmou na cura do servo do centurião (pela graça de Deus, admirado da fé daquele homem), e que nós repetimos de forma ligeira e tantas vezes irrefletida, não percebendo que por essa mesma graça, o Senhor nos alcança a salvação, mesmo perante à nossa fraca fé.
Esta frase em que, como o centurião, nós devemos abandonar numa total confiança ao Senhor Nosso Deus, acreditando que tudo Lhe é possível.
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