Tempo Litúrgico: Quaresma - Cor Roxa

Na linguagem corrente, a Quaresma abrange os dias que vão da Quarta-feira de Cinzas até ao Sábado Santo. Contudo, a liturgia propriamente quaresmal começa com o primeiro Domingo da Quaresma e termina com o sábado antes do Domingo da Paixão.

A Quaresma pode se considerar, no ano litúrgico, o tempo mais rico de ensinamentos. Lembra o retiro de Moisés, o longo jejum do profeta Elias e do Salvador. Foi instituída como preparação para o Mistério Pascal, que compreende a Paixão e Morte (Sexta-feira Santa), a Sepultura (Sábado Santo) e a Ressurreição de Jesus Cristo (Domingo e Oitava da Páscoa).

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Nossa Senhora dos Navegantes

Todos nós vemos na Virgem Maria, a nossa Mãe e Irmã, que nos acompanha no nosso caminho de vida e continuamente nos mostra, com o seu exemplo, como conservar tudo o que nos acontece, de modo a podermos discernir a presença e a ação de Deus na nossa vida ( Lc. 2, 19). Ela teve e tem a mais íntima relação com Jesus e anima-nos a estar junto d’Ele e a “fazer tudo o que Ele vos mandar” (Jo. 2, 5). Ela é o modelo da bem-aventurança “felizes os puros de coração”, e ensina-nos a reconhecer as nossas motivações e a pô-las de acordo com os valores do Evangelho.
Também o profeta Elias, uma das grandes figuras do Antigo Testamento, é, na sua experiência de Deus e na sua atividade profética, uma inspiração para muitos de nós; no monte Carmelo o profeta Elias fez a primeira experiência de Maria “Vejo uma nuvenzinha, do tamanho da palma da mão, que se eleva do mar” (1 Re. 18, 44), em Israel denunciou a injustiça e demonstrou o vazio da idolatria. Com Maria somos convidados a procurar a presença de Deus em nós mesmos e ajudar a outros a descobrir esta mesma presença na própria vida.
Maria é geralmente comparada com essa nuvenzinha como “Estrela do Mar” que protege os navegantes, mostrando-lhes o melhor abrigo e também o porto da eterna salvação. Esta comparação teve início durante a Idade Média, no tempo das Cruzadas, quando os cristãos atravessaram o Mediterrâneo em demanda da Palestina, a fim de defenderem os lugares santos da profanação dos infiéis. Eles tinham sempre na memória a lembrança das terríveis travessias marítimas que enfrentavam as frágeis embarcações da época, por isso recorriam ao patrocínio de Maria, quando se viam à mercê das ondas.
No tempo das grandes navegações, esta devoção desenvolveu-se ainda mais entre os navegantes portugueses e espanhóis, que se aventuravam no oceano imenso e desconhecido. Antes da partida das caravelas, os viajantes assistiam à Santa Missa e imploravam a proteção da Mãe dos Navegadores nas perigosas jornadas de além-mar.
Inúmeras invocações eram gravadas nas popas dos barcos, os quais sempre traziam uma efígie da Rainha dos Mares no nicho do castelo de proa, iluminada por pequena lâmpada, que o fervor da marujada não deixava apagar.
Como é natural, logo chegou ao Brasil a devoção dos homens do mar, sob os vários títulos conferidos à Padroeira Celestial: Senhora dos Mares, da Boa Viagem, dos Navegantes, esta última invocação era e é a mais usada pelos pescadores, homens modestos que diariamente enfrentavam o furor das ondas à procura do sustento próprio e de suas famílias, a prova disto é a presença desta devoção em Cananéia, nosso município que está comemorando mais um ano de vida. Assim, Maria é o ponto em que o céu e a terra se tocam, em Maria Deus se humaniza e Deus diviniza Maria e nela a toda a humanidade, Maria é a casa de Deus e a esperança da humanidade.
Senhora de Navegantes e Mãe nossa, Intercede pelo teu povo de Cananéia, os doentes que acamados te imploram, as crianças e jovens a caminho de construir um futuro melhor e os adultos e idosos que imploram de tua proteção até chagar a Bom Porto. Rogai por nós Santa Mãe dos Navegantes.
Pe. Víctor Hernández

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